Coisas de jantar pela paz
O pai andava com os rapazes, e a mãe fez uma noite especial com a filha. Um jantar à luz das velas, onde o tema, conversado de mãos dadas, foi a Paz e a Confiança. Confiança em nós. Confiança nos outros. Como ser uma pessoa de confiança? Devemos confiar nos outros ou desconfiar sempre, à partida? Se todos os homens fossem de confiança, haveria paz? E se houvesse paz, já não seria preciso desconfiar de ninguém? O que podemos fazer em nossa casa, para cultivar a paz e a confiança? E o que podemos fazer pelo mundo?
Jantámos, conversámos e fomos enroscar-nos na cama, num silêncio bom, longe de imaginarmos que, em Nice, mais um brutal atentado abalava a paz e a confiança de tanta gente.
Ontem foi a França, mas todos os dias, em muitos cantos do mundo, há homens, mulheres e crianças a assistir à guerra, à tortura, à perseguição, à fome e à escravidão. É urgente refletir sobre isto. O que pode ser realmente eficaz na promoção de uma cultura de paz? Estará a política a ser um exemplo, na promoção da paz? E a nossa economia? Fomenta a confiança ou a desconfiança? Estará a escola, como a conhecemos, a formar cidadãos para a paz? E as famílias? E a televisão? Os jogos? As redes sociais, onde a agressividade e o ódio são uma constante. Será tudo isto o resultado de um contexto? Ou este é um problema de base do ser humano? Estudem-se as comunidades mais pacíficas! O cérebro daqueles que são incapazes de fazer mal a uma mosca. É preciso mudar a alimentação? Os hábitos? O modo de vida? A escola? A economia? A política? Talvez seja preciso mudar tudo. Mas então tenhamos a coragem de mudar. Mudarmos nós primeiro. Mudarmos a nossa casa. Mudarmos a escola. Mudarmos os nossos locais de trabalho. E exigirmos a mudança daqueles que, acima de nós, terão de ser o exemplo desta mesma mudança.
- Filha, a mãe confia em ti para transformares o mundo num lugar melhor.
- Eu também confio em ti, mamã.
Vamos a isto?
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