Coisas de Manuais Escolares

- 16.8.16

Acabadinhos de aterrar, depois dos últimos dias de férias, eis que chega a nossa casa o caixotão da Wook com os livros escolares para este ano.



- Eia, não, mãe! Nem consigo olhar... - resmungaram os mais velhos.

Não têm outro remédio. Amanhã começam a forrá-los. Entre manuais, livros de atividades, anexos disto e daquilo, um total de 48 livros (os de Educação Física, Visual e Tecnológica, felizmente, transitaram do ano passado. Para o ano tenho mais 6 livros para cada um dos filhos mais velhos) a cheirar a novo, para darem cabo das costas dos meus filhos. Mas primeiro, claro, deram conta da carteira dos pais: 440€ em livros, que os irmãos não vão conseguir aproveitar porque os programas e as metas vão mudar entretanto e lá vêm manuais novos para encher as cabeças dos filhos de conhecimento.

- Há livros destes que eu sei que nem vou abrir!

- Podíamos ficar em casa a fazer isto tudo e só íamos à escola se tivéssemos dúvidas...

Sendo que "isto", ainda por cima, podia perfeitamente estar online, poupava-se em papel, em árvores, em peso e em custos.
E começo a ter poucas dúvidas de que o ensino, pelo menos nos anos mais avançados, vai acabar por passar por aí: pesquisa de informação autónoma, em dispositivos eletrónicos, cabendo ao professor (e isso parece-me tão mais nobre, tão mais importante, tão mais dignificante) orientar, tirar dúvidas, lançar a discussão, motivar e inspirar, na sua área de especialidade, que não pode dissociar-se da formação humana.

PS - Não obstante a condenação do "negócio" que envolve os manuais escolares, aprecio o cuidado com que eles são elaborados e o investimento que é feito, por parte das editoras, para que eles sejam claros, estimulantes e apelativos. Eu própria tenho este ano, pela primeira vez, um texto meu num manual escolar - "A Turma do Pedro", da Livro Direto. O que tem de ser repensada, a meu ver, é toda a lógica do ensino e, por conseguinte, do papel da aula, do professor e do manual em papel (obsoleto a curto prazo) no meio de tudo isto.

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2 comentários

  1. Sara eu também achava que não dava para aproveitar mas falando com a coordenadora do ciclo, este ano consegui aproveitar imensos livros do Mateus para a Maria. É tudo uma questão de falarem na escola. Na maioria dos livros as mudanças são mesmo irrisórias.
    E assim o mais velho habitua-se a estimar melhor os livros pois sabe que serão depois para a irmã!
    Beijinhos!

    (saudades da massa fresca....durante 45 minutos tinhas os 3 sentados no sofá em silêncio). Foi a primeira série que foi de agrado dos três.

    Sofia Pinto

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  2. Oh, que giro, Sofia!
    Sabes que eu até vou sempre pedindo aos mais velhos que estimem os livros para os mais novos (tenho sacos e sacos de livros guardados na arrecadação). Não tem é sido fácil aproveitá-lo. Mas talvez não tenha tentado o suficiente. Se tens essa experiência e correu bem, talvez no próximo ano eu tente mais um bocadinho... Obrigada :)
    Beijinhos a todos!

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