Coisas de Dudu e a Intifada
Ontem, ao ver imagens de Jerusalém na televisão, o pequeno Dudu quis saber tudo sobre as disputas daquela região. Lá lhe expliquei porque é que cada religião considerava Jerusalém uma terra tão importante, e ele quis saber ao certo em que acreditavam os cristãos, os judeus e os muçulmanos.
(Dudu) Nós somos cristão, não é, mãe?
(Mãe) Também já judeus e muçulmanos em Portugal, assim como muitas outras religiões. Mas Portugal tem sobretudo cristãos.
(Dudu) Mas se nós nascêssemos noutro país tínhamos outra religião?
(Mãe) Depende do país. Mas sim... se nascêssemos no Oriente éramos provavelmente hindus ou budistas, se nascêssemos em países árabes éramos muçulmanos...
(Dudu) Então como é que sabemos qual é a religião certa?
(Mãe) Não sabemos, filho. Cada pessoa acha que a sua religião é que é a certa, porque é nessa que acredita. E ainda há pessoas que não acreditam em nenhuma. Por isso é que o mais importante de tudo, independemente daquilo em que venhas a acreditar, é saberes aquilo que pode fazer a diferença neste mundo: o Amor, a Compaixão e a União.
Sorriu-me. E eu fiquei a pensar para comigo que não sou, efetivamente, a melhor pessoa do mundo para lhes dar uma fé concreta. Os mais velhos sabem tudo sobre os 3 Reis Magos que estariam à procura da reincarnação de Shiva das profecias persas, e as teorias em torno da estrela de Natal ser, afinal, um Ovni. São a primeira geração da minha família a crescer com dúvidas, mais do que certezas, mas tenho FÉ de que cresçam também com os valores que estão acima, em meu entender, de qualquer religião.
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