Coisas de Pingo Doce

- 1.5.12


Ontem recebi um sms de um amigo: "Amanhã 50% de desconto no Pingo Doce". Duvidei, pensei que seria só em alguns produtos, ou em alguns Pingo Doces, mas precisava de encher a despensa e rumei ao supermercado depois de deixar o Sebastião no hóquei.
1º Pingo Doce: não consegui estacionar. 2º Pingo Doce: também sem estacionamento, mas depois de três voltas apanhei um senhor a sair mesmo em frente à porta.
Eram 10 da manhã e entrei, tranquilamente, no supermercado. Fui à primeira zona de carrinhos... mas não havia nenhum disponível. Fui à segunda zona de carrinhos... que também estava vazia. Cestos pequenos, junto às caixas: cadê eles? Começou finalmente a cair-me a ficha: o Pingo Doce estava efectivamente em saldo. Todos os que possuíam o afortunado carrinho, enchiam-no com tudo o que podiam. Tudo a 50%! O único senão era que só se podia levar 12 produtos de cada. Pouquinho....
Rapidamente, fiz as contas. Com uma média de 150 euros semanais em supermercado, se comprasse produtos para o mês inteiro pouparia 300 euros. 300 euros dava quase para uma escola de um filho! E significava também menos 3 horas de supermercado por mês (o que não tem preço!). Compensava. Assim eu conseguisse arranjar um carrinho.
- Minha senhora... será que me dispensava o seu carrinho depois de pagar?
- Lamento. Já a prometi àquela senhora além...
3 tentativas depois, e já prestes a mandar a poupança às urtigas, descobri um casal com 2 carrinhos cheios. Repeti a pergunta e desta vez a resposta foi:
- O primeiro carrinho está prometido. Mas o segundo não. Só tem que nos ajudar a pôr tudo no carro.
Valia tudo. Arregacei as mangas e lá fui com o casal ajudar a guardar os pacotes de leite. Meti conversa com o filhote, fiquei a saber qual a sua marca favorita de bolachas, e no final já éramos amigos.
- Adeus! E boas compras! - desejaram-me.
Finalmente, estava na posse de um carrinho. Já suava um bocadinho, mas só nessa altura, com o Pingo Doce a encher, e várias pessoas a perguntarem-me se eu lhes dispensava o meu carrinho, no final, encarnei a verdadeira mãe-fona-que-quer-alimentar-as-suas-crias-a-metade-do-preço-para-lhe-sobrar-qualquer-coisinha-no-final-do-mês.
- Eu até lhe dispenso o meu carrinho... mas vai ter que esperar, porque eu vou ter que o encher mais do que uma vez...
Foram só 2, vá. Mas o pai juntou-se a dada altura, com os mais velhos, e vários sacos do Pingo Doce, para não faltar nada importante. Leite, fraldas, toalhetes, detergentes, champôs, paletes de bifes e bacalhau a rodos. Cereais, bolachas e iogurtes, pizzas, sacos e sacos de batatas e cebolas.
- Tu vais aqui que eu vou ali. Afonso, segura o carrinho. Sebastião, guarda as fraldas.
E a família uniu-se em prol dos descontos. Foi uma beleza! Descarregámos o carro todos juntos, cooperámos na organização da despensa recheada. E, no final, fiquei com a certeza de que, se houver uma guerra um dia destes, saberemos organizar-nos em prol da nossa sobrevivência.
Uma campanha com muitas coisas erradas, tenho que admiti-lo... mas sociologicamente imperdível!


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2 comentários

  1. Sem dúvida alguma! Mas foi preciso ter coragem!Eu não tive! Saí de casa tarde, já o Pingo Doce aqui da Zona estava fechado! Tive pena, mas da próxima não me apanham na esquina!

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  2. Eu fui e quando souber de outras lá estarei!
    Mas digamos que apenas enchi o carrinho uma vez e bem burra fui!

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