Coisas de esconderijo secreto

- 18.9.16

(Nonô) Mamã, queres conhecer o meu esconderijo secreto? Os manos não podem saber...



(Nonô) A vista é tão bonita, mamã... Quando eu for um bocadinho maior, eu venho para aqui escrever o meu diário. E depois, quando for ainda maior, posso pôr aqui uma corda muito forte e entrar e sair de casa sem vocês saberem...

(Mãe) Nonô, isso não é bom!

(Nonô) É só quando eu for mais velha e quiser ser independente. Não te preocupes.


Explicados os perigos de andar sobre o telhado, prometeu-me que nunca iria para lá. Que o seu esconderijo serviria apenas para ver as vistas e pôr os pezinhos de fora. "É que me faz sentir bem, mamã. É o meu local secreto..."
E fez-me lembrar alguém que, de noite, se escapava também para o terraço de sua casa, para tocar guitarra e escrever poemas à luz da lua. Tinha o dobro da idade dela. Mas esta pequerrucha é, sem dúvida, uma mini-Sara no seu contexto. Diferente em algumas coisas. Mas tão igualzinha noutras, que até me arrepia pensar que terei de lidar com uma versão de mim mesma. Para o bem, e para o mal. Nas qualidades e nos defeitos. E haverá melhor maneira de nos conhecermos?

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