Coisas de eleições, e duas cabeças pensantes
Dia 1 os papás vão às urnas, mas amanhã é dia de os filhotes mais novos votarem nos delegados de turma.
Da turma, só três alunos se candidataram - duas raparigas e um rapaz - mas foi o bastante para uma semana de grande confusão, entre campanhas nos intervalos e amizades desfeitas ("Não estás comigo, estás contra mim!").
Mas, apesar das atribulações, a semana tem permitido grandes aprendizagens acerca do processo democrático... E a prova disso foi a conversa de hoje, ao jantar.
(Nonô) Deixa-me adivinhar, Dudu... Vais votar no S., só porque é rapaz.
(Dudu) Achas? Isto não tem nada a ver com amizades. Vou ouvir os discursos finais e depois decido qual deles é o melhor. E o voto é secreto, por isso também não vais saber em quem votei!
(Nonô) As raparigas fizeram muita confusão. Zangaram-se todas, dá-me vontade de não votar em nenhuma!
(Mãe) E tu não te candidataste, Nonô?
(Nonô) Até acho que era uma boa candidata. Pelo menos não fazia tanta confusão...
(Mãe) Então não te candidataste porquê?
(Nonô) São as primeiras eleições. Se fizesse asneira, ninguém votava em mim. Prefiro ver como é que isto vai funcionar, e depois candidato-me no próximo período...
Dudu, o cidadão justo. Nonô, a política cautelosa.
Sendo que depois ainda tenho cá em casa um Sebastião sem aspirações políticas (para quê ter cargos, quando o que interessa na escola são os intervalos com os amigos?) e um Afonso disruptivo, sem paciências para coisas demasiado humanas.
E eu, com um bocadinho de todos, a aprender com todos eles...
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